ALUNA: SANDRA BICALHO GONÇALVES/6º PERÍODO/MANHÃ/AIMORÉS
RESENHA: CIBERCULTURA
Pierre Levy
Cap. X A nova Relação com o Saber
No capítulo X do presente livro no qual Pierre Levy explica em como se dá a relação entre o saber e as novas tecnologias, nos faz refletir sobre o futuro dos sistemas em educação, mas, devemos antes fazer uma análise prévia desta relação com o saber. Ele explica que a velocidade do surgimento e renovação de sistemas está cada vez maior e que provavelmente uma pessoa que inicia um percurso profissional não chegará ao fim dele com o mesmo conhecimento, pois ao longo deste processo muitas mudanças ocorrerão.
Surge portanto na modernidade, uma nova natureza de trabalho pelo qual acontece uma transação de conhecimento crescendo a cada dia, pois o trabalho permite aprender, trocar experiência. A era que estamos vivenciando, a era digital, as funções humanas se modificam, pois as “tecnologias intelectuais” citadas por Levy são dinâmicas, objetivas e podem ser compartilhadas por várias pessoas. Os saberes adquiridos no mundo do trabalho têm muito valor, pois as transformações e necessidades das empresas fazem com que o homem evolua suas idéias e aprimorem seus conhecimentos.
O autor apresenta o ciberespaço e nos relata uma experiência que vivida explicando que quando era professor solicitou aos seus alunos um trabalho em que deveria conter três páginas, mas um aluno entregou um trabalho “virtual” diferente dos demais. Para ele ali nascia uma nova cultura. Levy explica que novas competências podem ser adquiridas com esses instrumentos tecnológicos possibilitando aos alunos esterem sempre atualizados.
As páginas da Web nos possibilitam na atualidade ao acesso a saberes, idéias, ofertas, e muitas outras coisas. No ciberespaço, o saber não pode mais ser concebido como algo abstrato, ele se torna ainda mais visível e em tempo real. Pela internet temos acesso a bibliotecas virtuais, muitos textos e livros, assim como congressos virtuais, reuniões em tempo real e etc.
Segundo o autor dentre os novos modos de conhecimentos trazidos pela cibercultura, a simulação ocupa um lugar central. A simulação tem papel cada vez mais crescente em experimentos científicos, industriais, além de diversões. O autor conclui que; qualquer política educacional deverá levar em conta a nova dimensão das possibilidades do ciberespaço.
Cap. XI As Mutações da Educação e a Economia do Saber
O capítulo XI, explica em como instituições de educação estão hoje submetidas a novas restrições no que diz respeito à diversidade, velocidade e evolução dos saberes. A demanda de formação do professorado é muito grande. As instituições como faculdades, cursinhos e escolas estão saturadas, a partir daí viu-se a necessidade de criar cursos a distância que tem um custo mais baixo que as de ensino “presencial.
Como a demanda para a formação de pessoas tem um enorme crescimento de quantidade e também de qualidade, passa a existe uma necessidade de diversificação e de personalização do saber. Os indivíduos toleram cada vez menos seguir cursos uniformes ou rígidos que não correspondem a suas necessidades reais e à especificidade de seus trajeto de vida. Alguns dispositivos informatizados de aprendizagens em grupo existem para o compartilhamento de diversos bancos de dados e uso de conferências e correio eletrônico.
Uma simples tentativa de suprir essa demanda através da massificação não será suficiente, uma vez que os indivíduos exigem mudanças. Para os especialistas, a distinção promissora da educação é a aprendizagem cooperativa. Nesse novo contexto a competência do professor deverá ser deslocada de difusor de conhecimento para a de incentivador das aprendizagens, no acompanhamento e na gestão de trocas de saberes. O autor mostra com clareza em seus estudos a relação com a aprendizagem e produção de conhecimentos, que atualmente, não está mais restrito a uma elite. Encontra agora disseminado à massa de pessoas em suas vidas cotidianas e seus trabalhos. A discussão sobre o nascimento das novas tecnologias na educação desenvolveu-se em vários eixos, existem vários trabalhos cujos temas se referem a multimídia como suporte de ensino. O computador que têm a “função” educativa e de comunicação traz aos estudantes instrumentos de pesquisa, cálculo, produção de mensagem texto e etc. Sua visão de educação deve prepara-lo para esse novo universo de trabalho, mas é preciso admitir também o caráter educativo ou formador de numerosas atividades econômicas e sociais.
Segundo Levy, as aprendizagens e qualificação adquiridas ao longo de experiências sociais e profissionais dos indivíduos não geram hoje nenhuma qualificação. Segundo L “Uma vez que os indivíduos aprendem cada vez mais fora do sistema acadêmico, cabe aos sistemas de educação implementar procedimentos de reconhecimento dos saberes e savoir-faire adquiridos na vida social e profissional”. Muitas empresas já usam simuladores, testes e outros para detectar conhecimentos que aquele indivíduo pode ter.
Cap. XII As Árvores de Conhecimentos, um instrumento para a Inteligência coletiva na educação e na formação
No capítulo XII desse livro, o autor trata das questões tais como: aprendizagens permanentes e personalizadas através de navegação, orientação dos estudantes em um espaço do saber flutuante e destotalizado, aprendizagens cooperativas, inteligência coletiva no centro de comunidades virtuais, desregulamentação parcial dos modos de reconhecimento dos saberes, gerenciamento dinâmico das competências em tempo real.e outros .Segundo Levy (pg 177), “As árvores de conhecimentos são um método informatizado para o gerenciamento global das competências nos estabelecimentos de ensino, empresa, bolsas de emprego, coletividades locais e associações”. Em vários locais da Europa está sendo experimentada, em empresas como a Èletricité de France e a PSA (Peugeot e Citroen).
Segundo o autoer, graças a essa abordagem, cada membro de uma comunidade pode fazer com que toda a diversidade de suas competências seja reconhecida, mesmo as que não foram validadas pelos sistemas escolares e universitários clássicos. Cada competência é analisada por meio de teste, fornecimento de provas e etc. A árvore de certa comunidade cresce na mesma medida em que as competências da própria comunidade evoluem. É possível ver pela formação da árvore as competências daquele grupo e até mesmo desenvolvimento individual dos envolvidos.
No nível de uma localidade, o sistema de árvores de competências pode contribuir para lutar contra a exclusão e o desemprego, tornando-se um verdadeiro “mercado de competências”, e ao determinar o perfil de competência que o aluno deseja, por meio do qual possa também consultar em tempo real a descrição de todos os cursos, dentre outros.
A Web tornar possível muitos sonhos e projetos que temos em mente, mas que não dispúnhamos anteriormente de recursos e/ou sistemas capazes de desenvolver de forma satisfatória essas necessidades. Acredito que a “socialização” por meio de um computador traz benefícios incontáveis pra vida pessoal e profissional de um indivíduo, seja com realização de projetos mais elaborados ou apenas como objeto de consulta de temas e idéias de seu interesse.
O autor faz uma análise da Educação e da Cibercultura. Para tanto, faz-se necessário saber o que é cibercultura. Segundo autores especialistas no assunto a cibercultura é a relação entre as tecnologias de comunicação, informação e a cultura, trata-se de uma nova relação entre tecnologias e a sociabilidade.
O texto relata a velocidade da evolução da Educação. Segundo Lévy (1999,p.57) “ a maioria das competências adquiridas por uma pessoa no início de seu percurso profissional estarão obsoletas no fim de sua carreira”. Segundo o próprio autor devemos construir novos modelos do espaço do conhecimento, sendo necessário duas grandes reformas nos sistemas de educação e formação: EAD (ensino aberto e a distância) e o reconhecimento das experiências adquiridas. O EAD explora técnicas de ensino a distância explorando todas as técnicas e tecnologias da cibercultura, de certa forma, obrigando o professor a se tornar um animador de inteligência coletiva em vez de um fornecedor de conhecimentos. Na segunda reforma ressalta que não basta ter conhecimentos adquiridos em salas de aula, o importante é buscar as ferramentas do ciberespaço que permitem buscar vastos testes automatizados acessível a qualquer momento.
O autor nos relata apresentando pontos de vista de estudiosos. Faz uma comparação entre o conhecimento e a Web. Para Lévy (1999, p.161) “o conhecimento ainda era totalizável, adicionável. A partir do século XX, com a ampliação do mundo, a progressiva descoberta de sua diversidade, o crescimento cada vez mais rápido dos conhecimentos científicos e técnicos (...) o domínio do saber tornou-se cada vez mais ilusório”. A web não é congelada no tempo, transforma-se momentaneamente, é um fluxo de informações. Por outro lado, as páginas da web exprimem idéias, desejos, saberes, ofertas de transação de pessoas e grupos humanos, não são assinadas. O ciberespaço deixa de ser algo abstrato ou transcendente para ser algo tangível em tempo real.
O autor descreve mutações nas formas de ensinar e aprender. Especialistas reconhecem que a distinção entre ensino “presencial” e ensino “à distância” será cada vez menos pertinente, pois o uso das redes de comunicações vem cada vez mais ampliando e integrando às formas de ensino. A função do professor não se limita à difusão de conhecimentos, o professor deve ter competência para incentivar a aprendizagem e o pensamento.
Diversos locais como a Europa, têm adotado o instrumento para a inteligência coletiva na educação e na formação: as árvores de conhecimentos. As árvores de conhecimentos são um método informatizado para o gerenciamento global das competências, chamado brevês, em diversos locais e associações: empresas, universidades, escolas de administração, coletividades locais, conjuntos habitacionais, dentre outros. Diante dessa abordagem, os membros de uma comunidade podem fazer com que toda a diversidade de competências seja conhecida mesmo que essas pessoas não foram validadas pelos sistemas escolares. Essa abordagem é disponibilizada para consultas na tela dando o aspecto de uma árvore sendo que em cada comunidade essa árvore cresce de forma diferente. Cada competência é reconhecida por meio de testes, provas, etc. O crescimento dessa árvore está atrelado à evolução das competências de cada comunidade, sendo diferente para cada uma delas, e para cada indivíduo possui uma imagem pessoal, uma diversidade de competências, uma posição na árvore do conhecimento.
Podemos concluir que a Cibercultura está mesmo se tornando um meio de aquisição de conhecimentos gerais, específicos e culturais de diversas fontes de informação, seja por uma forma organizada de troca de informação, bilateral, poli-lateral, o por apenas de um lado de interesse. O que fica como informação assimilada na leitura e resenha do texto, é que estamos mais próximo do “saber” do que imaginamos. Obter informação está mais fácil devido ao avanço das telecomunicações. Por outro lado a velocidade em que estas informações caminham, o grau de globalização atingido das informações e exigência de conhecimentos que precisamos ter, é a moeda de troca por sermos “ciberpesquisadores”.
BIBLIOGRAFIA
Lévy, Pierre. Cibercultura. Tradução de Carlos Irineu da Costa. São Paulo. 34 ed. 1999. 157-183.
Texto: Pierre lévy, Cibercultura, São Paulo: Ed.34, 1999, coleção TRANS, capítulos 10, 11, 12 .
terça-feira, 13 de outubro de 2009
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